A sondagem da RTP desta noite dá o PSD à beira da maioria absoluta somando 5% à percentagem obtida em Junho. E o PS também sobe outros 5% em relação à mesma votação.
No entanto, apesar da chancela meritória da Universidade Católica tratam-se de números enganadores: a soma PSD+CDS dessa projecção já denota uma quebra de 1,5% em relação aos resultados de Junho, já que o partido maioritário canibaliza o de suporte da coligação sem compensar inteiramente a sua descida.
Reconheça-se que é uma quebra mínima … mas é uma quebra!
O resultado do PS também pode ser visto como o início de uma subida, que os meses tenderão a acelerar. Por muito que o estilo de António José Seguro não seja galvanizador, os socialistas irão catalisar o desagrado cada vez maior com as medidas inconsequentes de Passos Coelho e com as lamentáveis novidades quotidianas a começar pelos buracos colossais nas contas da Madeira.
Se, ainda em Junho, previa para o Executivo um ano de relativo estado de graça, à conta da exploração do argumento da «pesada herança», já devo reconhecer com nove meses de antecedência, que os sinais de quebra de sustentação social começam a tornar-se bastante notórios. E haverá que contar com as sucessivas derrotas da direita em vários países europeus, por muito que, a exemplo de nós, a Espanha entre em contra ciclo em relação à tendência comunitária. Porque, a sexta derrota consecutiva de Angela Merkel nas regionais alemãs, demonstram que nem com indicadores económicos relativamente animadores, os eleitores se deixam enlevar pelo receituário ultra-liberal...
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