Era natural, que a onda começasse a mudar: na Dinamarca, a coligação de centro-esquerda acaba de ganhar as eleições, acabando com dez anos de governos de direita. Que tinham dado bastante abertura às propostas xenófobas da extrema-direita, que punham em causa os generosos princípios dos acordos de Schengen.
É claro que ainda é cedo para nos congratularmos com uma viragem de fundo nas políticas europeias, mas cresce a possibilidade de na Itália, na França e na Alemanha, a direita sofrer derrotas históricas.
E teremos, assim, Passos Coelho a viver em contra ciclo com as tendências dos nossos parceiros. Calando os instintos neoliberais perante um discurso maioritariamente virado para a regulação, para a desfinanceirização da economia e para um maior respeito pelos princípios de um Estado orientado para os direitos sociais dos seus cidadãos.
Foi pena, que Sócrates fosse derrotado, quando essa mesma direita quase correra com toda a esquerda da governação dos países da União, mas o tempo corre a favor de quem advoga receitas socializantes. Tanto mais que a direita tem sido pródiga em demonstrações de incapacidade para dar resposta ao evidente esgotamento das receitas capitalistas.
Helle Thorning Schmidt conseguiu assim uma vitória animadora para quem crê na possibilidade de a Europa voltar a contar com lideres visionários e apostados em unir esforços em vez de incendiarem egoísmos nacionalistas.
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