terça-feira, 21 de setembro de 2010

ACÇÃO VS REACÇÃO

Estamos quase a chegar à data do centenário da República, que nos pode confrontar com a grande questão da durabilidade ou não dos regimes políticos ou dos sistemas económicos.
De facto, olhando para os últimos anos da Monarquia fácil é depreender que terá residido nos seus políticos representativos, a razão de ser para o sucesso da República.
A exemplo do que ocorreria em 25 de Abril de 1974, as condições de insucesso da Revolução terão sido muitas, mas a facilidade com que uma minoria militar terá conseguido congregar em seu torno um genuíno apoio popular, foi demonstrativa de como a maioria silenciosa estava desejosa de uma alteração promissora das suas condições de vida.
O problema reside no facto dessa mesma maioria tender a colar-se à mudança pela mudança sem olhar seriamente para o que lhe propõem. Porque a 28 de Maio de 1926 aderiu a quem acabava de lançar as bases para a ditadura fascista de 48 negros anos.
Na conjuntura actual essa insatisfação com o presente volta a estar na ordem do dia. E pode alimentar propostas perversas como as enunciadas pela extrema-direita, que por toda a Europa vai conseguindo sair do ovo em que foi sendo chocada.
Razão ponderosa para que surja uma verdadeira resposta da esquerda capaz não só de contrariar essa ameaça, mas com substância suficiente para se tornar credível e popular. O que só pode suceder através da condenação efectiva do insuportável capitalismo e do desastre climático com ele umbilicalmente relacionável.
Em vez de se dividir em tendências autofágicas a esquerda tem de se unir no que em comum defende e lançar um projecto frentista, que salvaguarde o futuro dos desnorteados milhões de cidadãos, que vêem o abismo aproximar-se e não sabem como dele se livrar...


Sem comentários:

Enviar um comentário