segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Para quem tivesse dúvidas

 

Tivesse Liz Truss aquecido o lugar de primeira-ministra inglesa - em que só durou umas semanas entre setembro e outubro de 2022 -, e a Iniciativa Liberal teria nela encontrado a sua mais que tudo a nível de ídolo a replicar.

Como a desgraça foi tão breve, que não deu tempo sequer para passar dos primórdios de uma receita hiperliberal tudo se limitou a um sorriso amarelo no parlamento, quando António Costa os conotou com a dita cuja.

Mas que o ideário fanático em prol do capitalismo selvagem está lá viu-se este fim-de-semana durante um Congresso em que Javier Milei foi incensado como “querido líder” das suas ideias. E invocaram para isso os méritos de uma governação cujos indicadores estão longe de ser os por eles proclamados.

Na nação sul-americana, entregue ao delírio do seu presidente, está-se longe da aplicação do provérbio da vindima só definida após o lavar dos cestos. Os finalmente, que resultarão do empobrecimento brutal de boa parte da sua população, terá consequências mais cedo do que esperam os convivas de Loures. Pode-se é lamentar que ainda tantos jovens se deixem iludir por uma ideologia cujos resultados Marx previu há século e meio. A iliteracia funcional paga-se com a repetição dos mesmos erros.

Mas confirma-se também o que, há muito tempo se anda a constatar: não basta ser-se fascista, como sucede com os grunhos do Chega, para se ser de extrema-direita. Estas ideias, defensoras do salve-se quem puder numa sociedade à medida dos oligarcas do nosso tempo, também o são.