quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Focinhos sem pudor

Enquanto leitor até prefiro Saramago a Lobo Antunes cujas pretensões ao Nobel sempre me pareceram excessivas e cujo sucesso junto de alguns críticos internacionais atribuo a um factor de moda. Mas, quando leio no «Expresso», que um grupo de militares ameaça «ir ao focinho» do escritor, não posso deixar de manifestar o mais veemente repúdio pelos agressores verbais em causa. É que, trinta e cinco anos depois do fim da colonização portuguesa, é tempo de agradecer a Revolução de Abril levada por diante por uma minoria esclarecida dessa classe militar, mas não esquecer que a sua maioria foi cúmplice do regime fascista na opressão dos povos africanos. E o mínimo, que se lhes exige, é algum pudor quando invocam o seu brio militar…
É que há guerras justas e injustas. E a História poucas dúvidas tem sobre o carácter das por eles protagonizadas no antigo Ultramar...

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