segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A direita portuguesa e os singulares milhões de Isabel dos Santos


O fim-de-semana trouxe como notícia principal - mais do que a reeleição de Rui Rio ou novas manifestações do inchado ego de Joacine - o trabalho de um coletivo de jornalistas internacionais, que investigaram a origem da prodigiosa fortuna de Isabel dos Santos.
Não deixa de ser curioso que tenha sido Ana Gomes a exceção à regra de uma classe política portuguesa acomodada com uma situação, que tinha tudo para ser mais do que suspeita. Porque, por muito que se trabalhe e ainda mais se poupe, quem consegue acumular a fortuna bastante para alcançar o estatuto de «mulher mais rica de África»? Pelo contrário, essa mesma classe política, ora pecou por omissão - foi o caso de toda a esquerda!  - ora atirou os escrúpulos ideológicos às malvas e logo cuidou de se associar ao esbulho do povo angolano. Paulo Portas ou Miguel Relvas que o digam!
Gostaríamos de acreditar que, glosando os versos de uma canção brasileira,  daqui para a frente, tudo vai ser diferente. Mas a História é fértil em exemplos de como assim não é: se a ocasião faz o ladrão, posto um à sombra, logo outro aproveita a oportunidade para encher os bolsos à custa dos incautos, que contra eles não se previnem. Sobretudo se contam com o apoio de uns grandes escritórios de advogados que, em todas as capitais ocidentais, trabalham esforçadamente para que os ricos ainda mais enriqueçam e os demais paguem as contas.

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