terça-feira, 16 de julho de 2019

O estertor final das Ordens e os pseudossindicatos do setor da Saúde

Ao ouvirem-se os bastonários das Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros. ou os dirigentes dos seus novos pseudossindicatos (ou dos que sendo velhos, como é o caso do SMI se comporta como eles). os ingénuos ou ignorantes julgariam que estaríamos confrontados com um governo, que ignora os sentimentos dos portugueses e tudo faz para destruir o Serviço Nacional de Saúde, aparentemente tão amado por essas personalidades. E, no entanto, quem os ouviu perorar entre 2011 e 2015 quando, quem com eles tem afinidades ideológicas, reduzia o orçamento do setor e tudo fazia para destruir aquela tão grata conquista dos portugueses consagrada na Constituição? Quem os ouviu defender o alargamento significativo do numerus clausus  de admissão às Universidades de Medicina, havendo comprovadas intervenções corporativas quanto à imperiosidade de dificultar o aumento do número de licenciados, que seriam agora tão necessários?
Marta Temido tem plena razão, quando se dispõe a não perder tempo nem energias com quem, há muitos anos, se tem constituído como exército aliado dos que pretendem privatizar a saúde dos portugueses, fazendo-os pagar por um direito universal e tendencialmente gratuito. Porque o governo já incrementou bastante o investimento no setor e compromete-se em continuar a fazê-lo na próxima legislatura. Porque já contratou milhares de profissionais para dar satisfação ao aumento significativo do número de portugueses carecidos dos seus cuidados. Porque reduziu tempos de espera para consultas e intervenções cirúrgicas, que multiplicou o número das efetivamente concretizadas, se comparadas com os desses anos por que os bastonários e os pseudossindicalistas parecem tanto suspirar.
É precisamente por temerem ver-se derrotados no esforço para transferirem dinheiros do Estado para os grupos privados do setor da Saúde que as ordens e os pseudossindicatos porfiam nas greves e «denúncias» sucessivas. Os seus titereiros sabem que, a curto-médio prazo, podem conhecer a mesma derrota, que os grupos dos colégios privados tiveram, quando tudo fizeram para prevalecerem os seus interesses sobre os da enormíssima maioria dos portugueses, que exigem uma escola pública de qualidade e com a capacidade para abrir as oportunidades de sucesso para os seus filhos.
Acontece sempre com os rios prestes a secarem: o derradeiro fôlego antes do fim. Assim será com os que estão na trincheira pela destruição do SNS, que não conseguirão impedir que a brilhante construção gizada por António Arnaut e seus parceiros (entre os quais João Semedo) conheça dias bem mais luminosos.

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