2. No “i” Joana Mortágua responde a Pedro Nuno Santos a respeito do texto da semana transata sobre os desafios colocados à decadente social-democracia. Porque, no essencial, concordo com o texto da dirigente bloquista aqui ficam os três parágrafos mais esclarecedores:
“Num mundo globalizado de offshores e patrões internacionalizados, as ameaças de deslocalização da produção e de fuga de capitais são sempre quem ganha o braço-de-ferro entre privado e público. A política de redistribuição da social-democracia assenta na capacidade do Estado de recolher impostos suficientes para financiar serviços públicos universais. Mas como praticar uma política redistributiva eficaz quando as grandes empresas fogem para a Holanda em busca de borlas fiscais? (…)
Estes desafios agora lançados ao PS para resgatar a social-democracia não respondem à pergunta principal: como se protege o Estado social do saque permanente dos mercados financeiros numa economia de casino global. A resposta está na robustez do setor público, e o contraste pode ser feito com Jeremy Corbyn, que não tem saudades das regras europeias e dá sinais de querer um setor público significativo. Talvez por isso o Partido Trabalhista esteja em contramão também no apoio eleitoral.
Só o controlo público dos bens e setores estratégicos permite ao Estado intervir na economia e garantir serviços públicos fortes. Porque territorializa uma boa parte do investimento e do capital que as privatizações ofereceram aos mercados. Porque garante que empresas importantes não são desmanteladas, como aconteceu com a PT, nem saqueadas, como está a acontecer com os CTT. Porque dá ao Estado poder para impor outros fatores de competitividade que não a desvalorização salarial e a competição fiscal. E porque o setor público não foge para a Holanda para não pagar impostos.”
Apesar de vir de um partido diferente do meu, limito-me a assinar por baixo.
Quod erat demonstrandum!
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