quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ainda mais um ano a aturá-los?

Para a maioria dos portugueses torna-se dia-a-dia mais evidente que este governo, se nunca primou por cumprir aquilo para que foi eleito - assegurar a melhor gestão política, financeira e social da ges publica de acordo com os imperativos constitucionais - também já tem cada vez mais dificuldades em prosseguir no cumprimento do que, efetivamente, o norteou: destruir o Estado Social e transferir o máximo de rendimentos de quem trabalha para quem detém o capital.
No entanto, e por muito enfraquecido que se revele, ele ainda intentará levar o seu desígnio até ao fim, na esperança de conseguir acrescentar mais alguns «feitos» à sua já longa lista de «sucessos» destinados a serem louvados pelas eminências pardas, que da retaguarda o comandam.
Segundo o Orçamento para 2015 ainda conseguirá, por exemplo, reduzir em 2% os impostos pagos pelos patrões a título do IRC. No entretanto quem trabalha continuará a ver o elevado IRS intocado, inclusivamente na sobretaxa supostamente existente apenas no período de duração do memorando da troika, sem falar do IVA, que abrange também pensionistas e desempregados.
Para um governo, que inclui o autoproclamado «partido dos contribuintes», contar no currículo com o maior aumento de carga fiscal jamais verificado sobre quem trabalha ao mesmo tempo que, sem qualquer efeito prático na criação de emprego, a foi reduzindo para o patronato, eliminou qualquer dúvida quanto ao seu propósito original.
Nesse mesmo currículo também constam privatizações quase duplicadas em relação ao que pressupunha o mesmo memorando. Este previa um encaixe de 5,5 mil milhões de euros, mas na sanha de tudo vender quanto pudesse significar mais valias para os interesses privados, passos & Cª desfizeram-se de tudo quanto puderam, sem olharem a quem.
O prolongamento da duração do governo por mais um ano significa ainda procurarem vender a TAP e, quiçá, as Águas de Portugal, com a coleção Miró de permeio Mesmo já tendo os portugueses a noção perfeita do que significaram para as suas bolsas as privatizações da EDP, da REN, da ANA, da Galp, da PT, dos CTT e de outras empresas outrora públicas, e cuja colocação no mercado só trouxe sérios prejuízos!
Só nas chamadas questões fraturantes é que a direita acabou por não mexer, porque não as tinha como prioridades: paula teixeira da cruz não conseguirá impor a divulgação da sinistra lista dos pedófilos e, quem ansiava pelo recuo na lei do aborto ou dos direitos das minorias terá tirado daí qualquer sentido. Trata-se, porém, de parca compensação para quem viu perderem-se tantos direitos e rendimentos...

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