domingo, 10 de dezembro de 2017

A palavra aos leitores

O texto intitulado «Dois aspetos de uma entrevista em que Catarina Martins tem razão» mereceram comentários de alguns dos nossos habituais leitores dos quais destaco, para já, três.
Carlos Sobral confirma o progressivo distanciamento, que se vem notando nas suas posições a respeito do governo de António Costa, que desejaria mais ambicioso em medidas efetivamente socialistas. Pessoalmente não é por andar mais devagar, que ponho em causa a bondade da ação governativa, porque tenho presentes os muitos condicionalismos, que se lhe opõem. E, como engenheiro que sou, sei bem quanto o atrito representado pela oposição das direitas (nas várias vertentes, desde a de Belém á da comunicação social) e pelas circunstâncias (os fogos, a seca)  pode obstar à ligeireza do movimento. O primeiro-ministro afigura-se-me pois como aquele que busca, em cada momento, o melhor lubrificante para fazer com que as coisas avancem.
Aqui fica o texto desencantado do Carlos Sobral:
O PS não tem vontade política de alterar a legislação laboral, como não tem vontade política de acabar com o regabofe dos privados na Saúde, como não tem vontade política de renegociar a dívida. O PS não tem vontade política de fazer políticas verdadeiramente de Esquerda. Ainda pensei que com António Costa isso fosse possível, mas já vi que o PS não renega o seu ADN de partido de direita.
O José Manuel Pereira concorda com a generalidade do que o texto aborda, mas discorda da relativização aí feita sobre as novidades inerentes ao que Catarina Martins dissera na entrevista. Embora também lhe esteja implícita a mesma vontade do Carlos Sobral relativamente à lentidão com que as coisas vão mudando, adivinhamo-lo apesar de tudo identificado com a atual maioria parlamentar:
 De acordo com a generalidade, em desacordo com o "tal aspecto" do "nada de novo". Claro que, em se verificando que nos tais elementos "ditos repetitivos" nenhuma evolução se verificou, eles devem e tem que ser repetidos. Como diz o ditado popular "água mole...". O BE hoje como o PCP sempre, podem ser denegridos com o termo da "cassete", mas sei que qualquer deles adoraria "colocá-la" definitivamente na prateleira. Seria um sintoma de que teria perdido a actualidade, a urgência, a necessidade. Mas não. Os problemas existem, estão para durar, e oxalá a fita dure o tempo necessário, até que a "água fure". Podem caricaturar o BE de "esquerda caviar" de "socialistas radicais" ou de comunistas não alinhados". Isso não lhes tira o mérito de serem (salvo raras excepções (às vezes tontas)) de se constituírem na expressão do pensamento mais puro e reformista de que o país precisa. Francisco Louçã, Catarina Martins, e as irmãs Mortágua, tem provado ser muitas vezes as vozes e os gritos das consciências amordaçadas. Para eles o meu respeito e admiração.
A concluir fica a posição do Leopoldino Machado, que lista um conjunto significativo de concretizações operadas pelo governo para o considerar no bom caminho. Também é essa a minha opinião:
Questões pertinentes a ter em conta...não sei bem o ADN do bloco ou do PS no atual contexto...sei é que milhares de precários da função pública e autarquias vão passar aos quadros....foi reposto salários de cerca de 20% aos trabalhadores função publica. ...vão ser descongeladas carreiras profissionais com aumentos salariais efectivos para milhares trabalhadores....foram extintos impostos ou reduzidos...aumentados salários e pensões. ..pagos milhões de dinheiro emprestado para poupança juros...sinceramente depois das calamidades de incêndios... com orçamentos sem retificativos ...reversão de privatização de empresas nos transportes já aprovadas...metro...carris...TAP. ..saneamento financeiro da CGD ...problemas graves da banca resolvidos dentro dos condicionalismos impostos pela UE. ...não sei bem se será justo não dar o benefício da dúvida ao atual governo...educação foram tomadas medidas que acabaram com as medidas de nuno crato de entregar o sector aos privados com a cessação de contratos lesivos do interesse publico...e muito mais haveria por equacionar...com todo o respeito por opiniões contudentes para com medidas aprovadas por AC e o seu governo ...eu pessoalmente penso que as coisas estão num bom caminho...questão de pessoas para mim não é importante...políticas que mexem com bem estar do povo isso para mim é o mais importante.

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