domingo, 18 de junho de 2017

Os incendiários à solta nas redes sociais

Infelizmente tenho experiência farta de incêndios. Só nos três anos, que trabalhei no paquete «Funchal» foram oito as vezes, que me vi envolvido no combate de primeira linha contra fogos ativos. A maior parte provocada por passageiros, que iam fumar para os camarotes antes de adormecerem e acordavam com os seus espaços já em chamas. Mas também outros de maiores dimensões, um na pastelaria de bordo e outro no quadro principal da Casa das Máquinas. Essas experiências serviram-me de confirmação do que aprendera nos livros: um incêndio é tão rápido no deflagrar quanto moroso a combater.
Não compreendo, por isso, certas reações, que vou constatando nas redes sociais, onde já surgem pedidos de prestação de contas a quem as tem acertadas e não merece ser contestado, sobretudo, nesta altura de prioridade dada à resolução de um sinistro ainda ativo. Uma das pessoas, que melhor conhece a matéria - o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses conhecido como dinossauro autárquico do PSD e, por isso mesmo, insuspeito de simpatias para com o governo - já foi explicito a referir não terem falhado meios, competências, rapidez de intervenção. Para Jaime Marta Soares a culpa só  pode ser atribuída à Natureza que, «quando se zanga», é desmedida. Sobretudo quando, como agora sucedeu, trovoadas secas provocaram ignições em sucessivos locais, afastados uns dos outros na mesma região.
No verão passado fui passar férias ao concelho vizinho ao de Pedrógão Grande, ficando no hotel na outra margem da barragem. O calor era igualmente intenso, acima dos 40ºC. A húmidade quase nula como agora. As deslocações cingiam-se às de carro, sempre com o ar condicionado no máximo. No entanto, ao atravessarmos as estradas da região encontrámos muitas manchas florestais, sobretudo de eucaliptos, que sabemos bem o quão facilmente ardem.
O problema reside precisamente nesse ordenamento do território, que está por fazer. Governos e autarquias deram todas as facilidades à indústria da celulose para que substituíssem a floresta pré-existente pela de árvores cujos efeitos nefastos no esgotamento dos veios freáticos é  conhecido. Não esqueçamos que, como ministra da agricultura, Assunção Cristas pretendia exponenciar a disseminação do eucalipto por mais vastas áreas do nosso território.
Daí que, se houver quem teime em pedir culpas, que o faça junto dos que procuraram ainda agravar a calamitosa situação existente. Quanto ao governo atual e à proteção civil dele dependente, aceite-se como boa a própria constatação de Marcelo Rebelo de Sousa: tudo quanto ter sido feito e continua a fazer-se é o máximo possível nestas circunstâncias.

 Infelizmente tenho experiência farta de incêndios. Só nos três anos, que trabalhei no paquete «Funchal» foram oito as vezes, que me vi envolvido no combate de primeira linha contra fogos ativos. A maior parte provocada por passageiros, que iam fumar para os camarotes antes de adormecerem e acordavam com os seus espaços já em chamas. Mas também outros de maiores dimensões, um na pastelaria de bordo e outro no quadro principal da Casa das Máquinas. Essas experiências serviram-me de confirmação do que aprendera nos livros: um incêndio é tão rápido no deflagrar quanto moroso a combater.
Não compreendo, por isso, certas reações, que vou constatando nas redes sociais, onde já surgem pedidos de prestação de contas a quem as tem acertadas e não merece ser contestado, sobretudo, nesta altura de prioridade dada à resolução de um sinistro ainda ativo. Uma das pessoas, que melhor conhece a matéria - o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses conhecido como dinossauro autárquico do PSD e, por isso mesmo, insuspeito de simpatias para com o governo - já foi explicito a referir não terem falhado meios, competências, rapidez de intervenção. Para Jaime Marta Soares a culpa só  pode ser atribuída à Natureza que, «quando se zanga», é desmedida. Sobretudo quando, como agora sucedeu, trovoadas secas provocaram ignições em sucessivos locais, afastados uns dos outros na mesma região.
No verão passado fui passar férias ao concelho vizinho ao de Pedrógão Grande, ficando no hotel na outra margem da barragem. O calor era igualmente intenso, acima dos 40ºC. A húmidade quase nula como agora. As deslocações cingiam-se às de carro, sempre com o ar condicionado no máximo. No entanto, ao atravessarmos as estradas da região encontrámos muitas manchas florestais, sobretudo de eucaliptos, que sabemos bem o quão facilmente ardem.
O problema reside precisamente nesse ordenamento do território, que está por fazer. Governos e autarquias deram todas as facilidades à indústria da celulose para que substituíssem a floresta pré-existente pela de árvores cujos efeitos nefastos no esgotamento dos veios freáticos é  conhecido. Não esqueçamos que, como ministra da agricultura, Assunção Cristas pretendia exponenciar a disseminação do eucalipto por mais vastas áreas do nosso território.
Daí que, se houver quem teime em pedir culpas, que o faça junto dos que procuraram ainda agravar a calamitosa situação existente. Quanto ao governo atual e à proteção civil dele dependente, aceite-se como boa a própria constatação de Marcelo Rebelo de Sousa: tudo quanto ter sido feito e continua a fazer-se é o máximo possível nestas circunstâncias. 

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