terça-feira, 28 de março de 2017

Uma boa juíza que por si se julga

Com alguma frequência costumo olhar para os dirigentes políticos e ponho-me a imaginar que tipo de crianças terão sido. A vida ensinou-me que, após muitas voltas  dadas, acabamos por não nos diferenciar muito de quem fomos na infância. A rebeldia, a timidez, a generosidade, o egoísmo, a  ousadia, a cobardia - estas e outras características estão lá todas evidenciadas e irão ser mais ou menos apuradas na vida adulta.
Olhando para Assunção Cristas não custa acreditar na sua condição de embirrenta, aquele tipo de criança antipática em que a psicologia aplicada (mesmo que hoje não seja muito politicamente correto defendê-la! ) faria todo o sentido.

Nas turmas da escola primária deveria ser o tipo de miúda disposta a tudo para captar a atenção dos professores. Tentando encontrar soluções para os problemas que, mesmo erradas, teimaria em serem as corretas (como concluir que a álgebra lhe convirá mais com 3,7% do que com 2,06!)  ou dando caneladas debaixo da mesa a alguma colega rival (dizendo, por exemplo, não vir a dar tantas faltas no futuro quanto ela!).
Obcecada pela mentira em que terá sido costumeira, aprazar-lhe-ia assim invetivar os outros. Integrada numa família particularmente vocacionada para os negócios ambíguos (submarinos, listas VIP, offshores, etc) afivelaria o seu mais escandalizado fácies para denunciar as que imagina cometidas pelos demais.
Há só uma qualidade que, ontem ou hoje, lhe poderemos reconhecer: a de excelente juiz.  É que, se o ditado popular defende ser bom julgador aquele que por si julga, Assunção Cristas revela indubitavelmente o âmago da sua personalidade quando aparece nas televisões a perorar contra as esquerdas. Altura em que volto a ponderar nas virtualidades da tal psicologia aplicada se precocemente implementada. Pelo menos para moderar-lhe os ímpetos denunciadores de tão detestável carácter.

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