quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Quando não se têm argumentos...

Cada debate quinzenal vai servindo para os dois partidos das direitas entoarem falsos argumentos, com ensaiada convicção, como se estivessem cheios de razão, e não em crescentes palpos de aranha para iludirem nos telejornais o vazio em que se veem.
Montenegro pretendeu manter aberta a novela da Caixa Geral de Depósitos, já mais do que terminada. Em vez de fazer ato de contrição pela forte negligência, se não mesmo intencional sabotagem, cometida pelo governo anterior para que desaparecesse a única instituição bancária do setor público, aposta na intriga, na coscuvilhice de andar a ler as cartas e mails trocados entre Centeno e Domingues. E quanto á subida dos juros da dívida fingiu esquecer o Brexit ou o Trumpismo que andam a ter esse efeito em todo o mercado financeiro, como se estivesse em causa a competência do governo para os baixar. 
Quanto a Assunção Cristas não é difícil adivinhar como se prepara para cada debate: coloca no quadro a frase «o sr. primeiro-ministro mentiu» e depois tenta arranjar qualquer coisa, que lhe sirva para assim se fazer passar pela mais virtuosa e irrepressível criatura e apontar o dedo a António Costa. A variante desta semana só teve a novidade de não ser o primeiro-ministro a mentir, mas o seu ministro das Finanças, que as direitas tanto gostariam de ver pelas costas.
Bem esteve Jerónimo de Sousa ao reparar que a sua longa carreira parlamentar já lhe permitiu compreender que a indisciplina patenteada pelas  bancadas das direitas são bem reveladoras de como se sentem derrotadas, frustradas, eivadas de espírito vingativo. Inconsequente, claro está.
Mas o PCP também conseguiu pôr o PSD à beira de um ataque de nervos na Comissão de Orçamento e Finanças, liderada por Teresa Leal Coelho, que dizia o seguinte: “Independentemente do desfecho do processo Novo Banco, é agora muito clara a forma como o anterior Governo, PSD e CDS, interveio no sector financeiro para salvar os bens da família e do Grupo Espírito Santo e para fazer transferir para o Estado os custos das aventuras dos banqueiros que geriam o BES.” (…) “ou o Governo PSD-CDS e o Banco de Portugal assumiram pressupostos que entretanto se alteraram, ou enganaram flagrantemente os portugueses, assegurando o que não podiam em momento algum assegurar”.
As notícias dão conta da indignação dos parlamentares laranjas mas que, até ver, não conseguiram contra-argumentar em contrário.

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