quinta-feira, 16 de junho de 2016

Cem dias … que parecem muitos mais

Só ainda passaram cem dias desde que Marcelo tomou posse e parece ter acontecido há muito mais tempo. Para isso contribui o facto de ter sucedido a Cavaco que, apesar das malfeitorias aos portugueses, suficientemente bastantes para encher muitas páginas de duvidoso currículo, desaparece da História lusa sem quase direito a uma mera nota de rodapé. A condenação ao olvido é a sanção possível a quem sempre atribuiu mais importância ao seu ego, e preconceitos associados, do que aos interesses dos que o tinham eleito.
Mas esta centena de dias de presidência marcelista basta para rever a posição de nunca me ter passado pela ideia a mais mínima das hipóteses de nele ter votado? Não! Bem pode fazer várias travessias a nado no Tejo ou pintar-se com todas as cores do arco-íris, que nunca me convencerá a considera-lo o «meu Presidente». Nesse sentido desde Jorge Sampaio, que não me sinto representado no Palácio de Belém.
E se dúvidas tivesse bastaria olhar as escolhas para a sua Casa Civil: o lote dos conselheiros, à exceção de Isabel Alçada, constitui uma autêntica galeria de horrores onde as orelhas dos líderes da Geringonça devem estar frequentemente sujeitas a otites.
Embora preocupado em cuidar da popularidade para se situar numa posição política favorável e impor-se à dinâmica da governação de António Costa, Marcelo vai dando sucessivos indícios de conservadorismo, ora propiciando sinais equívocos aos defensores dos colégios privados, ora com a sua beatice a dar à retrógrada Igreja Católica a expectativa de apoio sempre que esta entender entrar em conflito com a maioria parlamentar.
Dado estarmos em tempo de futebolice aguda, podemos olhar para a atual situação como se governo e Marcelo jogassem em duas equipas contrárias, e enquanto Costa está a atacar freneticamente a outra baliza, o inquilino de Belém vai-se mantendo pelo meio campo, pouco disposto a colaborar na defesa dos seus, até por estar interessado em correr com o atual treinador. Por isso anda disposto a fazer os mínimos, que significam a sua colocação a meio campo, por ali deambulando oportunisticamente à espera que um ressalto lhe traga a bola e, em rápida corrida, consiga marcar golo num contra-ataque.  Que em política significa um veto ao que provier do governo e ele sinta força suficiente para impedir de se concretizar.
O empenhamento pela sua equipa será maior quando mudar o treinador no banco. Aí será expectável que o vejamos a ir mais assiduamente a jogo, defendendo a própria baliza e conduzir os parceiros no ataque ao meio campo contrário.

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