quinta-feira, 5 de maio de 2016

As habilidades patéticas dos que nada têm a propor

Ouvem-se as sucessivas propostas da direita para ocupar o espaço mediático e só se podem considerar patéticas as sucessivas propostas inevitavelmente condenadas pela maioria parlamentar, mas que ainda assim conseguem o objetivo de delas, ou dos seus autores, se falar.
Pegue-se na ideia de redução de deputados emitida pelo PSD, que julga assim ir ao encontro dos mentecaptos demagogicamente influenciados por discursos de cariz fascizante.
Quando um partido supostamente democrático alinha com os que propagam mentiras a propósito da honorabilidade da maioria dos políticos, justificando assim a sua redução ao mínimo, comprova ter chegado ao seu nível mais rasteiro, porque, na prática, acaba por fazer o jogo dos que defendem a viabilidade de um regime apenas com um político autorizado, um ditador.
O problema de termos uma vida política com menor qualidade do que se justificaria, nada tem a ver com existirem mais ou menos do que 230 deputados na Assembleia da República. Tem sim a ver com o facto de existirem competências e capacidades de monta nas bancadas de esquerda e elas mostrarem-se tão questionáveis nas de direita. Ou alguém é capaz de comparar a estupidez natural de um Abreu Amorim ou de um João Almeida com a inteligência permanente de um João Galamba ou de uma Mariana Mortágua?
A direita só se atreve a sugerir a necessidade de redução de deputados pela dificuldade de recrutamento entre os que possam representá-la com a mínima aparência de chico-espertice…
A outra proposta, a de medidas de favorecimento da natalidade, vindas da iluminada cabeça da sucessora de Paulo Portas, só pode ser uma piada de mau gosto. Alguém tem dúvidas que as medidas geradoras do desemprego e da precariedade, tomadas pelo governo do PSD e do CDS nos últimos quatro anos, foram as grandes responsáveis pela prudência dos jovens pais, que se inibiram de tomar o passo desejado por terem dúvidas quanto à capacidade de alimentarem e educarem a prole?
Assunção Cristas faz o papel do larápio, que cometeu o delito e agora vem para a praça gritar «Agarra que é ladrão!».

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