segunda-feira, 7 de março de 2016

Plano B, uma ova!

É um facto que existem forças europeias dispostas a tudo para prejudicar o governo português. A notícia do «Der Spiegel» deste fim-de-semana, que foi explorada em todos os telejornais da SIC e da SIC Notícias - previa-se que Mário Centeno iria ser pressionado pelo Eurogrupo a mudar de políticas económicas desde já em contradição com o orçamento em vias de ser aprovado! - revela bem o quanto a corrente austeritária na União Europeia teme que a estratégia do governo português, apoiado por toda a esquerda parlamentar, resulte.

Se o excessivo voluntarismo do Syriza  e  subsequente falta de determinação de Tsipras redundou numa derrota momentânea, deu a essas forças da direita ocidental a convicção em como, apertando o garrote, os que mais se dispõem a resistir-lhes acabam por levantarem a bandeira branca da rendição. Por isso mesmo podemos compreender que os seus objetivos surtem algum efeito, quando analisamos a subida das taxas de juro da dívida soberana nesta segunda-feira, ademais agravada por causa da apreciação negativa da Fitch acabada de conhecer.

O que poderá derrotar essas tentativas externas, que Passos Coelho e o seu coro de ressonância na comunicação social logo procurarão secundar, é a capacidade da equipa de António Costa apresentar resultados da execução orçamental, que contradigam as profecias apocalíticas dos seus detratores. E os indicadores, que começam a ser conhecidos relativamente aos dois primeiros meses do ano são animadores, fazendo pensar na forte probabilidade de ser totalmente desnecessário um Plano B por muito que Moscovici ou Dijsselbloem o sugiram.

Explica-se, assim, a frouxidão progressiva da atitude comportamental de Passos Coelho nos atos públicos em que, diariamente, aposta em se dizer presente. Adivinham-se-lhe as insónias proporcionadas pelo medo de ver António Costa ser bem sucedido onde ele lhe previra o fracasso...

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