terça-feira, 8 de março de 2016

O dinheiro que ela nos está a custar!

Será previsível, que a pesada herança do governo anterior se faça sentir por muito tempo no nosso quotidiano e particularmente nas notícias publicadas na comunicação social: é que, apesar de afeiçoada aos antigos donos do pote, não consegue calar totalmente as sucessivas provas da sua incompetência que vêm sendo reveladas.

Hoje já se podem fazer contas a quanto têm custado ao Estado os advogados, os assessores financeiros e os peritos em macroeconomia que, desde 2012, foram contratualizados para gerir o caso dos swaps:  mais de cinco milhões de euros. E uma parte significativa foi destinada a defender as transportadoras públicas no processo movido pelo Santander em Londres, que o banco acabou por ganhar.

Ouvidas pelo «Público» elas garantem que as orientações para estes ajustes diretos partiram da Secretaria de Estado do Tesouro, que era ... Maria Luís Albuquerque.

Esta semana ouvi alguém dizer que, se fossem pelos seus méritos e currículo associado antes da entrada para o governo, Maria Luís não poderia aspirar a outra função na Arrow Global, que não fosse a de estagiária.

Não nos passa pela cabeça, que os patrões da empresa não tenham aferido a valia técnica da sua nova empregada, que constitui a reiteração da velha tese de Peter segundo a qual as sociedades tendem muitas vezes a promover a patamares inimagináveis os que só teriam competências para funções hierarquicamente mais baixas. Mas eles não contrataram, nem esse era o objetivo, uma economista de exceção com aptidões inquestionáveis nos mercados especulativos onde operam. Pretendiam o que ela se lhes dispõe a dar: os segredos de Estado, que deveriam ficar a recato de quem com eles quer lucrar!

Que os amigos de Maria Luís insistam em andar com o pin da bandeira na lapela é só um pormenor sórdido de tão despudorada gente.

Resta ainda referenciar alguns dos escritórios de advogados, que têm lucrado com uma decisão insensata, e está a revelar-se caríssima para os cofres públicos. Só a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados abocanhou quase 400 mil euros desse bolo, cabendo à Cardigos & Associados bem mais do que meio milhão.

Uma e outra são do tipo de empresas facilitadoras dos negócios, que passam muito ao largo da atenção do comum dos mortais, mas que acabam por o prejudicar de uma ou outra forma. 

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