sexta-feira, 4 de março de 2016

A quem servem os conselhos da drª Teodora?

 Comecei a manhã de ontem por dedicar algum do meu tempo à audição da drª Teodora Cardoso na Assembleia da República para verificar até que ponto sustentaria a argumentação do parecer contra o orçamento do governo, que dizia pejado de riscos.
Quando começaram a falar os deputados da direita a minha televisão voltou a repetir uma estranha avaria cada vez mais frequente nos últimos tempos: seletiva, quando é uma Cecília Meireles ou algum Cristóvão Norte a falar, logo se silencia, só readquirindo a  normalidade quando é algum dos deputados das várias esquerdas a falar.
Não posso, pois, comentar as intervenções dos representantes do PSD ou do CDS, porque só pude deles reter a gesticulação enfática, algo ridícula quando dissociada do que estavam a dizer.
Das intervenções que ouvi gostei particularmente das proferidas por Paulo Trigo Pereira e por Paulo Sá.
Ironicamente elegante o deputado socialista por Setúbal pôs em causa a qualidade do parecer no qual identificou várias omissões. Quanto ao deputado algarvio do PCP, que me encheu deveras as medidas, disse sem sofismas, o que era necessário clarificar: que o Conselho criado em 2011 para dar as mordomias de que a drª Teodora usufrui com mais alguns protegidos nada tem de independente e visa apenas influenciar as políticas económicas do país num rumo tão neoliberal quanto possível. Por isso mesmo foi tão compreensiva com Passos Coelho e agora tão crítica com António Costa.
Não é difícil concluir que alguns destes Conselhos independentes estão a custar caro aos contribuintes sem nada fazerem em seu favor. Acabar com eles é uma medida de poupança bastante aconselhável, difícil de tomar a curto prazo, mas facilitada lá mais para meio do ano, quando se desmentirem as previsões catastrofistas agora emitidas e tão enfatizadas pelos órgãos de comunicação a soldo da clique austeritária.

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