sábado, 20 de fevereiro de 2016

Um beco sem saída à vista

Se fizermos uma leitura do que foi a propaganda da direita durante todo o ano transato - quando se soube em risco com a recente eleição de António Costa para a liderança do PS -, podemos facilmente concluir que ela caracterizou-se por duas estratégias distintas, mas convergentes no objetivo final: o de vencer as eleições marcadas o mais tardia e cumplicemente possível por Cavaco.
Uma delas passou por denegrir o mais possível o líder socialista, ora pondo as redes sociais a vomitarem atoardas racistas, ora deturpando tudo quanto ele ia anunciando, desde a Agenda para a Década até ao Estudo Macroeconómico de quinze reputados economistas. Com a ajuda da comunicação social a ela rendida, a direita retirou fora do contexto muito do que aí se defendia para lhe dar uma interpretação o mais falaciosa possível. Depois foi só o empolar de erros menores, mas transformados em enormes trapalhadas, que tudo descredibilizariam, como sucedeu com o caso dos cartazes. A segunda estratégia da direita consistiu em emitir um conjunto ininterrupto de mentiras sobre a realidade, ora agindo habilidosamente sobre os indicadores - a devolução da sobretaxa foi o exemplo mais óbvio -, ora dizendo deles o exato contrário do que demonstravam. O sucesso dessas duas estratégias quase foi conseguido com uma votação, que lhe permitiria reivindicar a formação do governo. Só se enganaram no facto de enfrentarem um político tão sagaz como António Costa. Além de lhes sonegar o pote, está a governar com uma enorme competência, como já se começa a verificar na TAP, na aprovação do Orçamento e na reversão de muitas das iniquidades implementadas durante quatro anos. O que as jornadas parlamentares do PSD vieram demonstrar, nomeadamente com o discurso bacoco de Montenegro, é que ainda ali não compreendeu a falência das duas estratégias anteriores numa altura em que é o Governo quem vai prosseguindo, imperturbável, o seu rumo sem se deter nos seus dislates. E com indicadores, que deixam de ser manipulados em seu favor. Vemos, pois, uma direita enredada no seu intrincado labirinto no qual não vislumbra qualquer saída...

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