segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Notícias exageradas sobre mortes anunciadas

O inenarrável Marco António não faz a coisa por menos: o Orçamento está morto e arrefece como o pessoano menino da sua mãe.
Foi assim, que o PSD procurou cavalgar a onda suscitada por sucessivos comentadores institucionais ou meramente televisivos, que viram chegado o momento de sacar dos revólveres e disparar incessantemente sobre o Governo de António Costa.
Como escrevia Rui Tavares na sua crónica no «Público» voltaram a revelar-se os que pretendem uma «oportunidade nova para o tempo velho».
Com a placidez de quem sabe muito bem por onde vai e não quer ir por onde os antecessores tão pressurosamente seguiam a toque da caixa de Schäuble, António Costa recomendou serenidade, conselho igualmente reiterado por João Galamba numa declaração prenhe de recordações sobre os já fissurados telhados de vidro da oposição.
Será que, quando toda a tempestade já tiver dado lugar à bonança - previsivelmente já na próxima quinta-feira! - o mesmo Marco António virá desculpar-se por ter exagerado na declaração de morte de um documento bem vivo enquanto instrumento de recuperação da economia, do emprego e do rendimento das famílias?
Claro que não temos grandes expectativas a esse respeito: esta direita sempre se tem revelado sem escrúpulos, mentindo descaradamente e atirando para outrem as culpas, que só cabem a si mesma.
A estratégia do PSD revelou-se ainda inoportuna devido à notícia dos indecorosos aumentos aprovados por Passos Coelho nos últimos dias do seu governo e de que beneficiaram os mesmos senhores reguladores, que tinham por incumbência verificar se a TAP podia ou não ser privatizada. Foi delirante a fuga do mesmo Marco António quando, depois da tentativa de disparar os seus ataques ao orçamento do governo, logo teve de fugir para o seu coio para se livrar das incómodas perguntas dos jornalistas sobre essas tão estranhas liberalidades remuneratórias a gente obviamente sob forte suspeição sobre as condições em que se encontra para exercer essas funções.
Curiosamente, até agora, ainda não se ouviu que ninguém dessa Autoridade reguladora da Aviação Civil se tivesse demitido. Há gente que não tem vergonha na cara e, em vez de uma atitude sensata de rendição, prefere ser corrida a pontapé.


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