sábado, 2 de janeiro de 2016

Quando o despudor não tem limites

Eu até posso compreender que Henrique Neto quisesse dar prova de vida utilizando todas as armas, lícitas e ilícitas, contra Sampaio da Nóvoa.
A tentativa de desqualificação do adversário, remetendo-o à mera condição de académico, recorrendo a sucessivas «provas» da sua argumentação mesmo que baseadas maioritariamente em citações extraídas do respetivo contexto, eram a única forma de gastar todo o tempo de debate sem nunca discutir o que deveria ser a sua substância: como iria exercer os poderes presidenciais acaso chegasse a Belém.
Em condições normais o Prof. Sampaio da Nóvoa poderia facilmente desmontar a argumentação falaciosa do adversário, tanto mais que assente em falsidades tão despudoradas. O problema foi o “moderador”, que não demorou muito tempo a secundar o ataque insidioso de Henrique Neto e quis encostar Sampaio da Nóvoa às cordas, como se o debate frente a frente se transformasse num súbito confronto de dois contra um.
Pior ainda, e mostrando como continua a interiorizar a raiva de ter sido tão contestado, quando se portou de forma igualmente duvidosa do ponto de vista profissional ao atacar José Sócrates, quando este era um comentador da sua estação televisiva, José Rodrigues dos Santos quis saber se Sampaio da Nóvoa preferia o antigo primeiro ministro socialista ou Passos Coelho. Como se fosse isso que estivesse em causa…
A obrigação de um moderador idóneo e objetivo seria a de ter sempre presente que o debate teria a ver com a forma como cada um dos candidatos encara o futuro do país e agirá em conformidade na função presidencial. Algo que José Rodrigues dos Santos jamais quis debater,  por ser provavelmente o que melhor conviria ao candidato que intimamente apoia. O resultado foi ver o “debate” cingido ao passado, quando todos estão ansiosos com o modelo de futuro, que iremos assumir no imediato e no longo prazo.
A forma abrupta como concluiu, sem permitir o contraditório de Sampaio da Nóvoa às afirmações grosseiras de Henrique Neto a seu respeito, constituiu um dos momentos mais indignos da televisão pública em tempos recentes.
O problema é que estes momentos têm sido frequentemente protagonizados pelo mesmo «jornalista», ou não esteja ainda fresco o ataque ignóbil ao deputado Alexandre Quintanilha quando este concorreu às legislativas. Ou, meses antes, o conteúdo da sua reportagem sobre a Grécia, quando atribuiu  respetiva crise a excessivas mordomias de algumas classes profissionais Razão de sobra para constituir um requisito de higiene pública vermo-nos libertos de tão reiterada demonstração de falta de honestidade intelectual no exercício da sua profissão.
O Prof. Sampaio da Nóvoa não teve, desta feita, a oportunidade para dar a conhecer a sua Visão para o futuro. Mas esperemos que conte nos próximos debates com moderadores, que estejam conscientes do que significa essa função.

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