sábado, 11 de abril de 2015

O parêntesis presidencial desta semana

Olhando para o que se passou esta semana,  pelo crivo dos principais jornais e televisões, é fácil concluir que um enorme desafio espera António Costa nas próximas semanas.
É verdade que chegámos já a uma realidade em que se considera normal haver comentário político nas televisões generalistas exclusivamente por gente  da direita - marques mendes na SIC, marcelo na TVI e morais sarmento na RTP. Ninguém se incomoda em questionar ou corrigir o que é uma mais do que evidente parcialidade na emissão do comentário político.
Chegámos, igualmente, a uma  perversa desigualdade no que diz respeito à ideologia subjacente a quase todos os jornais nas bancas, com a maioria deles alinhados com as políticas do governo e a condenação mais ou menos habilidosa do que diz a oposição.
Tudo quanto aconteceu em torno da candidatura de Sampaio da Nóvoa à presidência da República  demonstra que bastará uma pequena faísca  nas hostes socialistas e logo os jornais e as televisões se apressam a declará-la incêndio de enormes proporções capaz de nelas causar danos irreparáveis.
É claro que, mesmo com a direita a torcer-se de gozo pelo que julga ver uma demonstração de fraqueza dos socialistas, o erro de cálculo não tardará a concretizar-se: Sampaio da Nóvoa, mesmo que torpedeado (até por mentiras como as que quiseram assacar-lhe a propósito do chumbo de Saldanha Sanches !), já é incontornável na candidatura a Belém e, se tinha contra si a falta de notoriedade, as aparentes divisões entre socialistas a seu respeito, incrementaram-lha, em simultâneo com a da imagem de uma candidatura independente acima dos partidos.
Passados os episódios desta semana é altura de voltarmos ao essencial: á denúncia de todos os malefícios cometidos por passos coelho & Cª, ao cenário macroeconómico para os próximos anos, que um conjunto de prestigiados economistas está a ultimar a pedido de António Costa e o programa que este se proporá encabeçar para recolocar o país na direção do crescimento e do desenvolvimento, única condição para que melhore significativamente a vida dos portugueses.
É claro que as presidenciais continuarão na ordem do dia e até é vantajoso o juízo da direita em como, com Sampaio da Nóvoa, a vitória será o corolário de um passeio.  Mas nós já vimos este filme há vinte e cinco anos: na altura marcelo rebelo de sousa parecia imbatível na corrida para a Câmara Municipal de Lisboa, contra Jorge Sampaio cuja liderança no PS era muito contestada por não conseguir contrariar a máquina cavaquista. E aconteceu o que se julgava menos provável: nem com mergulhos no rio, marcelo ganhou essa batalha. Como, aliás, não ganhou nenhuma das que protagonizou, se excetuarmos os desafios autárquicos em  Celorico de Basto.
Não há pois que ligar demasiado às vozes, que já dão a candidatura de Sampaio da Nóvoa como morta e enterrada. Nos próximos meses ela trilhará o seu caminho e, depois da vitória nas legislativas, será nela que os socialistas se reverão na altura de escolherem um presidente capaz de resgatar a má imagem, que cavaco lega de tais funções.

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