sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

As réplicas de um súbito terramoto

É uma das expectativas que a vitória do Syriza abre: será que os socialistas e sociais-democratas europeus serão forçados a questionarem-se pelo vergonhoso papel colaboracionista assumido nos últimos anos para com o capital financeiro? Depois de Junker não se justificariam outros mea culpas tão ou mais pertinentes do que o do atual presidente da Comissão Europeia?
Olhamos para o presidente do Eurogrupo, para os parceiros de coligação da srª merkel ou para o comissário francês da Economia (ainda há pouco ministro do governo de Valls) e nada os parece distinguir do sinistro schäuble. Apesar de se dizerem socialistas.
As consequências já estão à vista com a redução do grego Pasok a uma votação miserável.  Só essa demonstração deveria fazer os socialistas e sociais-democratas arrepiar caminho e imitar António Costa na opção por outro caminho alternativo.
Talvez isso se faça à conta da chegada ao poder de uma nova geração, como se vê com Matteo Renzi ou Tsipras, ambos com quarenta anos. E não é por acaso, que a nova direção socialista é também a dos «jovens turcos», que andaram a clamar durante três anos contra as opções erradas da anterior liderança. Mas, além de trazerem nova mundividência e competência económica, essa geração tem de ganhar outra batalha não menos decisiva: a de saber comunicar as ideias de que vem portadora. E nisso ainda tem tanto a aprender com Varoufakis, na forma como ele as consegue tão eficientemente exprimir por metáforas certeiras ... 

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