domingo, 19 de outubro de 2014

Citius, plágios e mentiras...

1. Quem deve gerir o Citius: os juízes ou o governo? A questão está na ordem do dia, levando uns a exigir que se cumpra efetivamente a separação de poderes entre o sistema judicial e o executivo, enquanto este último mostra pouca vontade em prescindir de um efetivo controlo do setor.
Em princípio as sucessivas «fugas de informação», que tanto prejudicaram o governo de José Sócrates devem-nos sugerir alguma prudência, pela suspeita de terem vindo dos tribunais (ou da judiciária) as «notícias», que o davam como potencial arguido de tudo e mais alguma coisa.
Deixar o poder judicial entregue a si mesmo está de acordo com o texto constitucional, mas envolve perigos óbvios: em Itália a atuação dos juízes conseguiu destruir os partidos tradicionais e abrir as portas do poder a Berlusconi durante muitos anos, por muito que este também viesse a ser tido como um alvo daqueles. Sem que, porém, tenham tido a arte de o condenar tão seriamente quanto mereceria.
Tal como a governamentalização da justiça é um perigo, também a justicialização da política não o é menos. E, se formos a ver o sucedido recentemente com as condenações de Armando Vara ou de Maria de Lurdes Rodrigues, é lícito questionarmo-nos se a segunda hipótese não estará efetivamente em marcha?
2. A demissão do secretário de Estado João Grancho representa mais uma demonstração de como o feitiço se pode virar contra o feiticeiro: é que a equipa que tomou conta do ministério da educação em 2011 apareceu com tanta prosápia a respeito da defesa do rigor e dos valores da exigência, que ter um dos seus mais proeminentes membros desmascarado como plagiador não deixa de ser caricato. Mas, sobretudo, revela a verdadeira face de quem o escolheu: o execrável crato!
3. A semana terminou com a notícia da intenção do Partido Socialista em denunciar durão barroso e paulo portas à Procuradoria Geral da República por suspeita de terem cometido o crime de perjúrio na Comissão de Inquérito Parlamentar sobre os  submarinos. É que tudo quanto disseram aos deputados está em contradição evidente com as declarações de Jurgen Adolff ao tribunal alemão que o condenou.
Alguém ficará surpreendido se se vier a comprovar a substância da matéria, que integra a denúncia socialista?

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