quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A montanha pariu um crato

O comentário foi ontem ouvido a Eduardo Lemos, presidente do Conselho das Escolas: “Dirijo uma escola há vinte anos e nunca me lembro de um ano tão atribulado.”
Não deixa de ser paradoxal que o mesmo crato, que multiplicou críticas negativas a Maria  Lurdes Rodrigues e a Isabel Alçada, enquanto ministras da Educação, fazendo coligação com o inefável Mário Nogueira para guerrear continuamente os governos de José Sócrates, se tenha agora revelado em todo o seu esplendor. É que, se ao longo destes três anos, ele já se «notabilizara» em destruir tudo quanto de bom tinha herdado, sem nada apresentar de alternativo a não ser exames e mais exames para dar substância ao seu pretendido anseio pelo rigor, este final de mandato está a ser calamitoso.
O rigor tem-se visto nestas últimas semanas: o caos está instalado nas escolas, milhares de pais e professores têm visto as respetivas vidas viradas do avesso sem se respeitar o direito das crianças e adolescentes a terem um ensino público de qualidade.
Hoje, apesar da teimosia de passos coelho em mantê-los no cargo, ninguém respeita o ministro crato nem os seus secretários de estado. Exemplo disso foi a forma ostensiva como alguns jornalistas o interrogaram uma vez mais para saberem quando estariam resolvidos os problemas ainda existentes. E o tom arrogante como alguns lhe dirigiram as questões foi a melhor demonstração de como ele já nem sequer consegue ver-se respeitado.
Irónico é o facto de um ministro, que chegara ao cargo com um coro de entusiastas a tecerem loas à sua «competência», tenha desbaratado totalmente o capital de notoriedade conquistado anteriormente à custa do afã de maldizer.
Será que, escorraçado definitivamente do cargo, ele ainda terá descaramento suficiente para voltar às páginas do «Expresso» para depreciar os que lhe sucederem? Cá estaremos para ver... 

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