quarta-feira, 18 de junho de 2014

O ruidoso clamor a que António José Seguro não pode tapar os ouvidos

O Partido Socialista está em vias de se fortalecer significativamente graças à intensa mobilização das bases  que exigem a consulta clarificadora sobre quem é que os militantes querem ver a liderá-los. A previsível substituição da liderança do PS constituirá a alavanca necessária para que as próximas legislativas tragam uma verdadeira alternativa ao rumo seguido pelo país nestes três anos, em vez da alternância com que o eleitorado já demonstrou não se identificar.
À medida que se vão sucedendo as sessões diárias de apoio à candidatura de António Costa - todas elas em salas demasiado pequenas para quantos lhe querem testemunhar a sua aprovação - e que se vão somando declarações no mesmo sentido por socialistas muito respeitados (agora foram os casos de Ferro Rodrigues ou de Daniel Sampaio), torna-se imparável uma dinâmica que só manobras de inqualificável quilate poderão adiar quanto à sua anunciada vitória.
Em torno de António José Seguro vai-se reduzindo, dia-a-dia, o exército de apoiantes. Ouvem-se cada vez mais os testemunhos dos que, antes o haviam apoiado julgando-o merecedor da sua confiança, e se confessam indignados com a forma como ele se julgou dono de uma organização e de um património, que a todos pertence e não ao seu pequeno grupo de indefetíveis.
E as evidências desta dinâmica crescente sentem-se precisamente nestas salas diariamente ocupadas por muitos que tinham abandonado a militância ativa e agora reaparecem a toque a rebate face à dissonância da atual direção com as legítimas aspirações dos portugueses em verem findado o trágico ciclo de três anos de governação por esta direita radical.
Um exemplo eloquente aconteceu ontem no Auditório Charlot, em Setúbal, onde o número de participantes excedeu notoriamente o da lotação da sala e duplicou os que haviam estado presentes um mês atrás aquando da campanha para as eleições europeias.
Confirma-se, assim, que enquanto a liderança cinzenta de António José Seguro não consegue assegurar o empenho dos militantes para subscreverem a sua estratégia, António Costa garante-o com propostas concretas que estão a ser justamente premiadas pelo entusiasmo do que com elas se sentem identificados.
Outro sinal de derrota se constata na depauperada trincheira dos defensores da atual liderança, quando não têm outro tipo de reação que não seja a de insultarem de forma abjeta os que exigem Congresso Extraordinário com competência eletiva mediante eleições diretas para secretário-geral. Mesmo quando o tentam evitar, não conseguem iludir a forma antidemocrática e, mesmo antissocialista, como reagem aos seus dissabores quotidianos: nesse sentido a declaração de Eurico Brilhante Dias a respeito da posição assumida por quase 2/3 dos deputados da bancada do PS na Assembleia da República não necessita de contestação, de tal forma se desqualifica a si mesma.
Hoje à noite António Costa estará a encher a vasta sala do Cinema Tivoli para mais uma demonstração de qual é a vontade dos militantes. E, ali perto, no Largo do Rato, seria bom que, de uma vez por todas, escutassem o crescente clamor das bases do Partido para serem consequentes com o princípio ético de sobreporem-no aos seus interesses pessoais.
António Costa personifica uma nova estratégia para o país, que ponha cobro a este processo de empobrecimento com que passos coelho e paulo portas tanto parecem congratular-se e implemente  os passos necessários para um crescimento assente nos investimentos que valorizem as pessoas, os meios de produção e todo o território nacional do litoral ao interior, do norte ao sul do país sem esquecer as Regiões Autónomas!


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