quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OLÍTICA: Vai mais uma reza a Nossa Senhora!

Os recentes acidentes ocorridos com Schumacher e com Merkel nas pistas de esqui, levaram o jornalista Pedro Vieira a inserir um voto no facebook ao qual muitos milhares de portugueses desejariam associar-se: “a minha resolução de ano novo é trabalhar para que exista uma pista de ski na zona de belém”.
Mas se há quem deseje propiciar umas férias na neve ao atual inquilino do Palácio de Belém, há quem seja mais drástico e aproveitando a moda agora lançada pelos demagogos de serviço a respeito de Eusébio, promova a imediata trasladação de cavaco para o Panteão!
Depois de tantas malfeitorias ao longo da sua demasiado longa vida política - o que mostra quanto, ao votarem nele, os eleitores são demasiado propensos para o masoquismo! - cavaco justificou mais uns quantos comentários depreciativos no espaço mediático com a despudorada colagem ao (des)governo de passos coelho.
No Expresso Online, Daniel Oliveira demonstra quanto, apesar de obcecado com tudo quanto diga respeito à sua imagem, cavaco não se poderá queixar das consequências dos seus discursos: “quando um Presidente se limita a repetir, em versão mais pobre, o discurso do governo quer dizer que é ele próprio que desvaloriza o seu papel político e institucional.” 
Na mesma linha, João Galamba não poupa no adjetivo para qualificar cavaco, quando sobre ele escreve no «Diário Económico»: “já sabíamos que Cavaco tinha uma conceção muito deficiente da democracia, dos partidos e da importância do dissenso em política. Regressar ao tema no primeiro dia do ano que marca o quadragésimo aniversário do 25 de abril, e fazê-lo em nome dessa mesma celebração, torna tudo mais grotesco.”
Já António Correia de Campos mostra-se mais comedido na sua crónica no «Público» e decide explicar as razões para o fracasso anunciado do enésimo apelo de cavaco para levar o Partido Socialista a deixar-se enfiar no mesmo redil em que passos coelho já encerrou paulo portas: “apesar da fraca memória, os portugueses não esqueceram que o Presidente não apelou ao consenso na crise que deu lugar à vinda da troika. Pelo contrário, acirrou ânimos, referindo então termos chegado ao limite dos sacrifícios suportáveis. Os sacrifícios ainda haviam de ser bem piores daí para a frente. Como quer agora que o PS acorra ao chamamento para um consenso onde seria deglutido, quando as perspetivas eleitorais são as inversas de então?“
Mas, porque cavaco se tem prestado a servir de bombo da festa, Mário Soares também dá mostras de não poupar nas palavras quando, no «Diário de Notícias» perspetiva a possibilidade de as contas feitas em Belém virem a sair furadas: “como diz o povo, atrás de tempo, tempo vem. Que se destruam a Constituição, o Estado social, os sindicatos, os partidos da oposição e que se venda a retalho o património que resta, isso não conta, porque o que interessa são os mercados. E só os mercados. Os mesmos que criaram a crise. Mas quem ganha com os mercados? A isso, de certeza, não sabe responder o Presidente da República. Até maio, enquanto o pau vai e vem, nada se passará. Ponto final! Mas talvez se engane... Talvez passe.“
Em suma: por esta altura temos cavaco e a dona maria a rezarem intensamente á Nossa Senhora de Fátima para que acrescente mais um milagre àquele que o pires de lima andou a anunciar. Porque, se até lá a grande mistificação em curso, com relógios desacertados e com indicadores engenhosamente trabalhados, sair furada, cavaco já mostrou ser capaz de sacudir a água do capote e libertar-se sem escrúpulos daqueles que, momentaneamente, terão julgado ser ele o mais fiável dos seus aliados.


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