domingo, 12 de janeiro de 2014

POLÍTICA: Olha que bom seria explorar quem apenas soubesse ler o nome e contar até dez!

Poderia optar por muitas outras alternativas mas, pessoalmente, a notícia do dia é a da moção da juventude popular ao congresso do cds-pp em que se propõe a redução da escolaridade obrigatória do 12º ano para o 9º ano em nome da “liberdade das pessoas” e da sua “empregabilidade”.
Convenhamos que essa juventude partidária pode ter muitos defeitos, mas o de não ser capaz de surpreender não é um deles. Porque, quando já a sabíamos dotada de contar no seu currículo com a proposta da extinção do salário mínimo, aí está outra inominável ideia, ademais acolitada - segundo as notícias! - por cinco secretários de estado.
Perante este cardápio de conceções do que deve ser a sociedade portuguesa - ignorante, remunerada miseravelmente e sem quaisquer direitos de cidadania - como pode alguém imaginar alguma forma de futura cooperação política com tal gente?
Se a coligação à esquerda parece tarefa difícil para os socialistas - muito embora muitos dos seus militantes a desejem! - existe a clara impossibilidade de convergência com esta direita troglodita que, incapaz de se coadunar com as exigências civilizacionais do século XXI, julga admissível o retrocesso para o tipo de relações de trabalho da época da Revolução Industrial.
Se nos dermos ao trabalho de ofender a nossa inteligência para ouvir uns minutos do que costumam dizer um joão almeida ou um nuno melo, confirmamos que será ilusória, depois das próximas legislativas, a possibilidade de uma coligação entre o PS de António José Seguro e este cds, onde já não sobra nenhum dos valores da matriz democrata-cristã, que lhe está na origem (e volta a estar na ordem do dia com as intervenções do papa Francisco).
O congresso de oliveira do bairro está a mostrar um cds à imagem e semelhança da grotesca personalidade do seu irrevogável líder. E que só se pode desejar que, inviabilizada a possibilidade de lhes acontecer o mesmo que aos liberais alemães nas últimas eleições, regressem à merecida dimensão do partido do táxi!



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