quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

POLÍTICA: cavaco, o que de pior nos podia ter acontecido!

Há efemérides que me causam uma incontornável azia. Perante o foguetório, que hoje “comemorará” o terceiro aniversário da vitória de cavaco silva para se manter como inquilino em Belém, lá tenho de dar primazia às capacidades de zapping, que o telecomando me faculta. Antes prender a atenção com a bicharada da National Geographic do que perder tempo com animais invertebrados, que se curvam aos interesses dos que verdadeiramente manobram os seus comportamentos.
Porque cavaco faz lembrar como Portugal é bipolar em relação aos políticos, que lhe pegam no leme. Ora saem medíocres tacanhos e mesquinhos como o atual presidente - na linha direta da sórdida personalidade vinda de santa comba dão! - ora temos a oportunidade de contar com lideranças visionárias e esclarecidas como Pombal, os Republicanos da viragem do século XIX para o século XX ou o principal fundador da nossa democracia constitucional, Mário Soares.
Logo no discurso dessa noite de 23 de janeiro de 2011 cavaco esclareceu ao que vinha: negando-se a ser o Presidente de todos os portugueses só prometeu atender ao terço de eleitores, que acorreram às urnas para porem a cruzinha à frente do seu nome e garantir-lhe a curta vitória à primeira volta.  Caberá perguntar quantos desses momentâneos apoiantes do seu programa eleitoral já não colheram o prémio de perderem o emprego ou de terem visto os filhos partirem da Portela para irem procurar outras zonas de conforto, que cavaco e passos trataram de lhes negar aqui?
Anunciando a guerra desigual, que faria ao governo de José Sócrates - sabotando-lhe os esforços para evitar um desiderato mais de acordo com o que os portugueses mereceriam - enchia de júbilo o grande patronato, que poderia contar a curto prazo com uma legislação laboral pela qual a facilidade do despedimento e a precariedade do emprego ficariam asseguradas de forma a possibilitar a “competitividade” dos salários de miséria.
Se passos coelho já se perfilava como o testa-de-ferro de uma agenda ideológica, que teria a troika como sólidos guarda-costas, cavaco só pode ser apontado como aquele por quem todo o empobrecimento vivido pelos portugueses nos últimos dois anos e meio se tornou possível.
Como Carlos do Carmo disse num programa de televisão, ele foi o que de pior poderia ter acontecido aos portugueses no pós-25 de abril. Por muito que passos se esforce arduamente por lhe disputar essa lamentável liderança...


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