quarta-feira, 30 de outubro de 2013

POLÍTICA: cavaco foi o que de pior poderia ter acontecido aos portugueses!

Há dias, numa interessante entrevista dada a António José Teixeira, Carlos do Carmo considerava cavaco silva como o que de pior aconteceu ao povo português nestas décadas decorridas desde a Revolução de Abril. E, porque se trata de homem de fino trato, escusou-se a dar largas à indignação, que se lhe pressentia, limitando-se a aludir de passagem aos “amigos” bem conhecidos de tão execrável criatura.
É claro que não nos aliviará o fardo sabermos, que a História tenderá a denegrir cavaco com todo o merecimento pelo que de nefasto terá imposto na sociedade portuguesa nos últimos anos, nomeadamente esse obsceno enriquecimento da corte formada à sua volta em contraponto com o empobrecimento forçado da maioria dos que o tiveram de suportar durante vinte anos em cargos de primeiro-ministro ou de presidente da República.
Quando os historiadores se debruçarem sobre o caso BPN e o esclarecerem devidamente, questionar-se-ão do porquê de não ter sido dado sequência devida à indignação do Presidente Mário Soares quando este se interrogou quanto a não tê-lo visto responder em tribunal pelas suas conivências mais que suspeitas…
Mas não nos podemos sentir aliviados, quando vemos tão vil personalidade a prosseguir nos seus danos à Democracia, à Constituição que prometeu fazer respeitar e ao povo de quem deveria ser o presidente em vez de só se sentir como tal daquela cada vez mais ínfima parcela, que vive à sombra e ainda defende o atual governo. A declaração de apoio ao tenebroso orçamento que a coligação de direita se prepara para validar na Assembleia da República acrescenta mais um episódio à já longa lista de torpezas por ele cometidas .
De cavaco silva reterá a História ter sido o político capaz de agraciar pides com pensões e honrarias negadas paralelamente a Salgueiro Maia e à sua família. Recordará ter sido quem deu cobertura a santana lopes e ao seu desprezível subsecretário de Estado na censura a José Saramago e, depois, capaz de sempre ignorar e querer apagar das memórias os muitos tributos chegados de dentro e de fora do país para com o mais distinto dos nossos escritores. Estranhará como integrou o gangue, que criou um banco para conseguir a maior vigarice que os contribuintes portugueses foram obrigados a pagar, sendo um acionista rapidamente bem recompensado pelas facilidades propiciadas aos cúmplices. Não ignorará, igualmente, ter procurado por todos os meios - mesmo os mais ignóbeis! - sabotar a ação governativa de José Sócrates, não descansando enquanto não o visse substituído por um governo da sua cor política.
Nas próximas semanas tê-lo-emos a fazer coro com pires de lima sobre o “milagre” por que passa a economia portuguesa e a prever “amanhãs que cantam” com a chegada desse “programa cautelar”, que se esforçará por demonstrar nada ter a ver com o segundo resgate.
Será, pois, motivo de espanto, que ele seja dos mais odiados políticos portugueses? Que a mera referência ao seu nome, logo suscite um ruidoso coro de assobios por parte de quem se manifesta contra a troika e contra a austeridade imposta à sua pala?
Há que dar, efetivamente, razão a Carlos do Carmo e lamentar a desdita de nada termos aprendido com essa tendência para que criaturas medíocres vindas da província e oriundas de famílias de recursos reduzidos, cheguem ao poder e nele confirmem a tese de serem alguns homens os piores lobos dos homens. Porque, quem costuma vir das posições mais baixas da escala social não tem a cultura do desprendimento necessária para servir a causa pública, nada os demovendo de, avidamente, procurarem abocanhar poder e dinheiro. E isso está bem patente em cavaco silva: não se lhe pode designar uma única medida política capaz de, reconhecidamente, ter sido proveitosa para quem, na sociedade, é mais desvalido!
E ainda estamos tão longe de o ver chegado ao fim  dos seus intermináveis mandatos...




Sem comentários:

Enviar um comentário