terça-feira, 2 de julho de 2013

POLÍTICA: Os son(h)os de gaspar, maria luís e passos coelho

Como desconheço totalmente as três personalidades políticas, que estão no foco da atenção dos portugueses, não posso afiançar a veracidade do que imagino estar-lhes a suceder a esta hora - duas da madrugada! - enquanto estão estendidos nas respetivas camas a descansarem o corpo para as atribulações do dia, que não tardará aí a nascer.
Estarão despertos ou mergulhados em sonos profundos?
Calculo que vítor gaspar será de entre os três o que terá razões para dormir mais confortavelmente. Pudera! Muito embora a mancha no curriculum pelo falhanço total da sua ação de ministro durante dois anos, ele sabe-se em breve regressado ao anonimato dos corredores das instituições tecnocráticas do centro da Europa, aonde se sentirá, efetivamente um peixe na água a discutir novos trabalhos académicos dos rogoffs deste mundo com os seus replicantes vindos de outros países europeus.
Ao contrário de um oliveira salazar que, provado o sabor do poder, a ele quis regressar o mais depressa e duradouramente possível, calculo que vítor gaspar deverá estar a jurar a si mesmo nunca mais se ver metido noutra encrenca como esta…
Já maria luís albuquerque terá sonhos mais perturbados.  Apesar do seu indecoroso jogo de cintura a defender o indefensável, ela sabe que esteve com um pé fora do (des)governo à conta dos seus pecadilhos swapistas. Mas a conjuntura favorável de ter um ministro a demitir-se dá-lhe confiança quanto a ver-se a salvo tanto mais que soube da recusa de todas as possíveis alternativas colocadas por passos coelho para substituir gaspar. Ademais, com um orçamento para apresentar, não restava ao primeiro-ministro outra solução, que não a de escandalizar o país com a sua nomeação.
Ora, porque para alguém com o perfil de ambição desta minhota, mais vale ser ministra um só dia, do que secretária de estado a vida toda, pouco a intimidam as dificuldades inultrapassáveis, que se perfilam à sua frente, porque jamais deixará descolar de si a etiqueta de ex-ministra. O país poderá ir ao fundo, mas o cargo de ministra é que já ninguém ousará tirar-lho do curriculum.
Quanto a passos coelho, é fácil imaginar a dificuldade em pegar no sono. Semana após semana, todo o castelo de cartas em cujo topo se equilibrava vai desmoronando-se. E só por saber que o futuro lhe poderá ser pouco risonho - quem arriscará associar-se futuramente a quem sairá do poder com tão evidente demonstração de falta de qualidades enquanto gestor? No passado era fácil encontrar ilídios pinhos e ângelos correias dispostos a investirem em quem aparentava potencial para chegar a primeiro-ministro. Mas, agora, esturricando-se na experiência, quem o empregará?
Por ora ainda vai conseguindo que cavaco lhe vá dando cobertura, mas por quanto tempo? Apesar de ter pretendido ignorar jornais, televisões e redes sociais, ecoam-lhe milhentas vozes a prognosticarem o estertor final, que ele quer, à viva força, negar.
Não é difícil adivinhar quem, madrugada adentro, terá razões para sentir o desespero da insónia mais incontornável.


Sem comentários:

Enviar um comentário