sexta-feira, 28 de junho de 2013

POLÍTICA: Sair ou não sair do euro, eis a questão!

Nas últimas semanas temos ouvido muitas opiniões a inclinarem-se para a saída do euro enquanto única solução para a crise cada vez mais cavada no país, com muitas outras a desmentirem essas vantagens, defendendo a impossibilidade de daí resultarem benefícios para a maioria dos portugueses.
Porque ainda não possuo uma posição fechada sobre o assunto, vale a pena aqui continuar a alinhar os argumentos de uma e outra parte.  Desta feita os de Nuno Teles e de Alexandre Abreu, tais quais os refletiram no artigo «Sair do euro não é suficiente, mas é necessário», que saiu na edição do «Le Monde Diplomatique» de Maio transato.
Os autores consideram que, a exemplo do que muitos outros Estados fizeram ao longo da História, existe a necessidade imperiosa de libertar o país do fardo da dívida de forma consequente e soberana.
Razões para essa urgência?
· a sangria anual de recursos que o serviço da dívida representa atualmente é comparável ao orçamento anual para a saúde ou a educação,
· lança o país numa espiral  de empobrecimento cada vez mais profunda e destina-se apenas a adiar o inevitável;
O problema da dívida pública portuguesa decorre, de acordo com ao rtigo, do decréscimo da capacidade competitiva da produção nacional no contexto da adesão à moeda única.
De facto existem razões de peso para que os bens transacionáveis produzidos em Portugal não sejam competitivos através do preço, mesmo que leve a cabo um processo brutal de compressão salarial, devido a fatores como a dependência energética, a escassa conectividade da economia ou o impacto, nas estruturas de custos das empresas, da captura de vastos setores infraestruturais (da energia às autoestradas) por parte dos interesses privados.
Para os autores restam duas opções:
· a mobilização e atuação à escala europeia a fim de assegurar a inversão da relação de forças e a transformação benigna das estruturas europeias;
· ou a saída do euro;
Esta última possibilidade permitiria recolocar o sistema financeiro ao serviço das efetivas necessidades da economia portuguesa, quebrando o padrão rentista da acumulação da burguesia nacional e os constrangimentos impostos pelo capital financeiro internacional.


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