terça-feira, 11 de junho de 2013

POLÍTICA: José Sócrates e o verniz quebrado de vítor gaspar

Na sua intervenção de 9 de junho José Sócrates manifestou surpresa por encontrar políticos capazes de assumirem o desagrado do povo como regra da boa governação. Como se o povo - os 75% que estão contra este governo de acordo com a recente sondagem do «Expresso» - não contasse!
Ora existem hoje alternativas quer em Portugal, quer na Europa, a este rumo para o desastre, para pôr seriamente em causa o projeto europeu.
O orçamento retificativo está na lógica deste descrédito em que tem incorrido o governo quanto á aplicação das suas políticas, tanto mais que é ele mesmo quem admite ter de vir a apresentar um novo documento posterior por este já estar desatualizado nos seus pressupostos e previsões. Acaba por ser o governo a ser a primeira entidade a pôr em causa este orçamento, que apresentou na Assembleia da República.
Foi do domínio da anedota a declaração do ministro das finanças durante a discussão desse documento e segundo a qual a queda no investimento durante o primeiro trimestre seria explicada pela chuva, que teria prejudicado a atividade da construção. Por essa linha de pensamento a Europa Central não teria investimento há muito tempo…
A realidade dos números apresenta-se calamitosa e fala por si: no primeiro trimestre do ano passado o investimento caiu 13,1%; no segundo caiu 17,5%; no terceiro 14,8%; no último trimestre de 2012, 12,8%; e agora 16,8%. É trágico ver há oito trimestres consecutivos - desde a entrada de vítor gaspar para o ministério das finanças! - que o investimento não para de cair ao ritmo de dois dígitos. O que nunca tinha acontecido!
A justificação infantil da culpabilidade da chuva é própria dos que já não têm argumentos para explicarem o inexplicável! Revela o recurso à politique mais rasteira por parte de quem se tinha apresentado sob o manto da competência técnica e vê partir-se esse verniz para revelar o seu lado mais mesquinho...


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