quinta-feira, 6 de junho de 2013

CINEMA: o verão da inauguração da época dois blockbusters

Até 1975 a maioria das salas de cinema norte-americanas não possuíam ar condicionado e, à chegada do verão, muitas delas fechavam ou aceitavam a redução significativa do público, que preferia passear ao ar livre. Daí que os estúdios aproveitassem para lançar na altura os seus piores projetos, aqueles de que apressadamente se queriam libertar.
Foi então que se estreou «Tubarão», o filme que Steven Spielberg, ainda com 27 anos acabados de fazer, rodara longe dos estúdios, nos cenários naturais da ilha de Martha’s Vineyard, no Massachussets.
A rodagem fora um autêntica aventura: os circuitos elétricos do tubarão mecânico avariavam frequentemente no contacto com a água salgada, a meteorologia revelava-se caprichosa e a equipa impacientava-se com a situação de se ver encurralada no local com um realizador nada preocupado em acelerar as filmagens. Uma das histórias  conhecidas sobre o filme teve a equipa técnica como protagonista com os seus integrantes a questionarem entre si com quem deveriam dormir para conseguirem sair dali.
Embora o romance tivesse sido um best seller no ano anterior, o lançamento do filme é objeto de uma estratégia inovadora: para além do lançamento na época tida como a mais complicada (só «Bonnie & Clyde» e «Easy Rider» tinham vencido a maldição estival!): com um merchandising inédito de toalhas de praia a t-shirts, a estreia simultânea em 500 salas por todo o país e uma forte campanha publicitária na televisão.
No final desse verão, um filme que custar dez milhões de dólares, já fizera 260 milhões de receitas só nas salas norte-americanas, ultrapassando «O Padrinho» ou «O Exorcista».
A História do Cinema mudaria a partir daí e os blockbusters suceder-se-iam. Dois anos depois « A Guerra das Estrelas» repetiria e superaria este êxito. 


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