domingo, 28 de abril de 2013

POLÍTICA: até quando é que o tempo vai voltar para trás na educação?


Por um destes dias o Sérgio Lavos produzia um texto delicioso sobre a reforma educativa agora empreendida pelo ministro nuno crato e que tem no regresso do ensino baseado na memorização, em vez do exercício do raciocínio, a sua fundamentação:
Nuno Crato  tem um problema com a realidade (e nisto limita-se a ser igual aos seus comparsas de Governo). Ele acha, sinceramente acredita, que a melhor maneira de aprender matemática é através da memorização. (…) Agora, é o regresso às tabuadas e a uma aposta na memorização como método. Não surpreende. Não queremos que as crianças de hoje tenham espírito crítico e compreendam aquilo que lhes estão a ensinar. Se isto acontecesse, onde poderia Miguel Gonçalves recrutar o novo Homem, pronto a embarcar no maravilhoso mundo do empreendedorismo?
Só nos podemos surpreender como foi possível que nuno crato tivesse criado uma auréola de respeitabilidade até entrar no (des)governo, muito embora se lhe conhecessem reparos às reformas modernizadoras das ministras de José Sócrates. Nesse aspeto só poderemos lamentar a tribuna fornecida pelo “Expresso” durante anos e a sólida amizade com esse exemplo de impoluta prática dos exercícios públicos, que foi o encarcerado Isaltino.
A exemplo do que será a pesada herança nos demais setores da vida nacional, podemos prever que a educação ficará em estado de catástrofe depois de uma tão grotesca tentativa de fazer o tempo voltar para trás ao retomar as práticas antipedagógicas do fascismo. Muito terá de trabalhar o próximo governo para recuperar os danos causados por esta visão retrógrada do que deve ser o exercício da pedagogia no século XXI.

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