sábado, 9 de março de 2013

POLÍTICA: continua-se a desenterrar o morto!


Houve uma altura em que a direita alimentou a esperança de conseguir provar a culpabilidade da esquerda na morte de Sá Carneiro e de Amaro da Costa.
Apesar de nada pressupor a possibilidade de atentado o PSD e o CDS forçaram a encenação de sucessivas comissões parlamentares destinadas a dar como comprovadas as suas teorias da conspiração até conseguirem aprovar por maioria - quando contavam com essa realidade na Assembleia da República - essa tese, que passou a ter assim uma pretensa credibilidade oficial.
É claro que o despudor dessa estratégia teve de dispensar, por manifesta impossibilidade de forjar provas credíveis nesse sentido, a inculpação de comunistas ou socialistas. Passou-se, então, à lógica da responsabilidade de alguns militares. E é para fazer validar essa tese, que aí está mais uma comissão absurda, condenada a nada de novo provar. Mas, como o interesse será sempre o de mitificar um político cuja morte precoce nos poupou a comprovar os tiques ditatoriais, que nele eram indisfarçáveis, a direita não se poupará a esforços para perenizar essa estratégia.
Daí que seja útil o livro acabado de lançar por Barata Feio: «Camarate, o Grande Embuste - Factos e Conveniências». Aonde se pode ler: a verdade é que não há uma única prova documental científica incontroversa - uma única - de que o avião tenha sido alvo de sabotagem. Em contrapartida, há inúmeros indícios de que a tese do atentado se tornou um dogma político avesso à lógica e ao bom senso.
Um dogma, que importa denunciar como uma fraude com custos injustificados para o contribuinte!

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