quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

POLÍTICA: os passos perdidos


É claro que parece estarmos a dar com água mole em pedra dura, mas apesar de tanto fracasso nas previsões enunciadas e de tanta miséria provocada na população portuguesa, passos, gaspar, relvas e companhia continuam a destruir o país sem que se lhes coloque um definitivo travão na sua criminosa atuação.
As vozes avisadas contra a sua sucessão de tantas decisões anti-nacionais acumulam-se, mas parecem embater na indiferença dos seus autores e na impotência de quem lhes sofre os efeitos. Mas, enquanto não é possível dar o almejado suspiro de alívio por os ver pelas costas, fiquemo-nos por tais palavras avisadas. E um bom exemplo de quem as emite é o insuspeito Daniel Amaral em artigo publicado no «Económico» em que diz nomeadamente:
Se partirmos de 2010, a que atribuímos o índice 100, o PIB em 2012 terá caído para 88 e o investimento para 67, o que significa o colapso total da economia. Isto se as projeções estiveram certas. O mais provável é que não estejam, porque isso é coisa a que Passos nunca ligou. Sendo o investimento a mola real da economia, que faz crescer o produto e o emprego, é óbvio o desastre que aí vem e com o qual a ‘troika' tanto nos elogia. São passos suicidas. (…)
São passos arrepiantes. Juntando os cacos, chegamos à dívida pública, que há-de ser o nosso coveiro. No final de 2010 era de €162 mil milhões, 94% do PIB. Mas a previsão para 2013 já vai nos 205%, mais do dobro do valor anterior! Ignoro se, ao olhar para tudo isto, Passos não sente uma espécie de bloco de gelo a percorrer-lhe a coluna de cima a baixo. O facto é que a dívida terá de ser reestruturada, em prazos e taxas de juro, por mais que ele esperneie a dizer que não. Desliguem. Outros terão de fazer o que ele não quer. Os seus passos falharam. Descobriu-se entretanto que as famosas "gorduras" de que Passos falava visavam as funções sociais - Educação, Saúde e Segurança Social -, em que vai ser necessário cortar mais €4.000 milhões até 2014. Admito que não será este o momento de avaliar o impacto que estes novos cortes vão ter no dia-a-dia das pessoas. Mas, sabendo-se como já são as limitações atuais, tenho extrema dificuldade em avaliar como é que depois da passagem deste ‘tsunami' os portugueses vão viver em Portugal. À beira do abismo - um passo em frente? Os passos de Passos são passos perdidos.’

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