sábado, 29 de dezembro de 2012

POLÍTICA: glórias passadas e os buracos do BPN


No «Diário de Notícias» Fernanda Câncio tem sido uma incansável denunciadora dos contrastes entre as promessas assumidas por esta equipa governante, quando se tratou de menorizar as políticas implementadas pelo governo anterior e a prática, que tem estado à vista de todos.
Bastou um ano e meio para se constatar como enganadoras tinham sido as opiniões, que davam passos coelho como impoluta figura ou vítor gaspar enquanto técnico infalível.
Por isso ela escreve a tal respeito na edição de ontem:
Difícil encontrar hoje um analista ou jornalista que não faça pouco das previsões do Vítor, não é? Mas quem não se recorda de ter sido apresentado como "um técnico brilhante e apolítico", "uma infalível máquina de contas", e a sua austeridade como "o único caminho"? E já não se lembram de como o Pedro era "um homem sério", "sensato", "bem falante" (!), que "não enganava ninguém", e o Álvaro um brilhante académico que trazia do Canadá a saída para todos os problemas? 
Das opiniões publicadas nos jornais ontem lidos também vale a pena retomar o caso BPN tal qual Daniel Oliveira o aborda no «Expresso». Porque os buracos nele cavados continuam a vir à tona, causam prejuízos gravosos em todos nós e, como facilmente se conclui tem sempre o fedor insuportável de gente pouco recomendável de que cavaco silva sempre se gostou de rodear:
Soubemos este fim de semana, através de uma investigação do Expresso e da SIC, que há mais de 500 clientes do BPN com dívidas superiores a meio milhão de euros em incumprimento total. Estarão em causa três mil milhões de euros. Os maiores devedores são empresas e offshores ligados ao grupo SLN. Em particular, uma empresa de Emídio Catum e Fernando Fantasia (que pertenceu à comissão de honra de Cavaco Silva).
Estas dívidas são às três sociedades veículo criadas pelo ministério das Finanças, que deixaram para o Estado os problemas do BPN (o que se safava ficou para a SLN ou foi privatizado). Como grande parte destas dívidas correspondem a garantias insuficientes ou nulas, é provável que este dinheiro nunca venha a ser pago. O buraco total deixado pelo BPN pode chegar aos sete mil milhões de euros.
Uma dívida de três mil milhões, dois terços do que o governo quer cortar em educação, saúde e reformas. Sete mil milhões de buraco, quase o dobro.

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