domingo, 18 de novembro de 2012

FILME: «Honkytonk Man» de Clint Eastwood



«Honkytonk man» de Clint Eastwood (1982) mostra um cantor de country a dirigir-se a Nashville na América dos anos 30, acompanhado do sobrinho. Trata-se de um filme de aprendizagem com os Eastwood, pai e filho, a abordarem o tema dos “caçadores de sonhos”.
Red Stovall volta à terra natal no dia em que um tornado destrói a plantação de algodão na sua quinta no Oklahoma. Guitarrista e cantor de country, tuberculoso e alcoólico, Red sabe-se condenado e oferece a si mesmo uma derradeira oportunidade: a de participar numa audição para o Grand Ole Opry de Nashville.
Acompanhado do avô, que quer morrer no seu Tennessee e do sobrinho Whit, de 16 anos, conta com este para servir de seu motorista e anjo da guarda. Pelo caminho juntar-se-lhes-á Marlene, uma rapariga que julga ser capaz de também conquistar a glória na capital do country…
O caminho é longo e cheio de surpresas para os peregrinos da Meca deste tipo de música. Na América da Grande Depressão Red e Whit vão passando por bares rurais e lendários clubes de blues, bem como por prisões e bordéis, ao mesmo tempo que tentam roubar galinhas ou assaltos à mão armada.
Tendo por bagagem a guitarra e uma boa dose de ingenuidade, o tio inicia o sobrinho na música, no álcool e nas mulheres e este, por seu turno compensa-o com o papel de salvador e de confidente.
Escolhendo o próprio filho, Kyle Eastwood, para desempenhar o papel do adolescente, o cineasta assina uma homenagem nostálgica e terna á sua própria juventude.
Essa relação filial, na ficção como na realidade, garantem-nos algumas das cenas mais bem conseguidas. Whit, que aspira a escapar ao seu destino de trabalhador nos campos de algodão, também aprende muitos dos fatores, que consubstanciam a mitologia americana. O mérito de Eastwood reside na opção por uma simplicidade, que confere à história a dimensão de um western moral e musical.


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