terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

De Paraíso a Inferno

A noção em como o paraíso pode subitamente transformar-se no pior dos infernos tiveram-na os madeirenses no fim de semana transacto com as ribeiras a extravasarem dos seus leitos devido às intensíssima chuvadas levando nas enxurradas tudo quanto lhes aparecesse pela frente: pessoas, carros, casas, estradas…
De repente voltou essa sensação de começarmos a pagar pelos danos causados aos ecossistemas terrenos, padecendo fenómenos naturais de uma dimensão inaudita. 
Foi preciso isso suceder para que víssemos Alberto João Jardim e José Sócrates lado a lado a sossegarem as almas inquietas por tanta devastação.
A notícia não deixou, porém, de ter o seu reverso: a exploração do lado mais despudorado de uma certa forma de jornalismo, que roça a pornografia: colocar o microfone e a câmara a focarem grandes planos de quem tudo perdeu e andar-se-lhe a estimular os choros convulsivos para consumo dos espectadores dos telejornais de horário nobre tem o seu quê de indigno.
Mas essa é a prática de gente que cursou Comunicação Social e chegou aos jornais e às televisões com a ambição de concorrer aos Prémios Pulitzer e acaba por se libertar do menor escrúpulo.. Não hesitando em apresentar as reportagens mais grotescas e em emitir os maiores disparates.
Não admira assim que se prolongue no tempo a campanha tortuosa contra o primeiro-ministro a quem procuram desviar das suas prioridades - o combate à crise - para se focalizar na defesa da sua honra face às permanentes tentativas de assassinato de carácter de que se vê alvo. Vale-lhe a sua forte personalidade, que lembra aquele provérbio brasileiro cheio de graça: em mar de piranhas, jacaré nada de costas. E é o que ele tem feito nas sucessivas conspirações de que foi alvo. E o que fará nas que se lhe seguirem.

Sem comentários:

Enviar um comentário